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Prefeitura Municipal de Jandaia do Sul

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Notícia

Uma das fases mais importantes do desenvolvimento humano é a infância. Um evento traumático como o abuso sexual pode ser determinante para a o restante da vida, causando, inclusive, sequelas neurológicas graves. Só nos primeiros quatro meses deste ano, o governo registrou 2.800 denúncias de violências contra crianças e adolescentes, de acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. É dentro de casa que ocorre a maior parte de casos de abuso infantil: 90%, sendo que cerca de 30% deles são cometidos pelos próprios pais.

Em alusão ao Dia de Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, comemorado no próximo dia 18, durante este mês é realizada a campanha Maio Laranja, que visa tirar o tema da invisibilidade por meio da informação, sensibilização e mobilização da sociedade.

A neuropediatra Daniela Godoy, da Clínica N3, de Londrina (PR), explica que, quando há um abuso sexual, a parte funcional do cérebro pode ser afetada e as redes neurais serem transformadas. Essa alteração ocorre, de acordo com ela, porque há liberação de muitas substâncias estressoras do cérebro. “Isso modifica o cérebro para toda a vida, pois ele aprende a funcionar dessa forma e a pessoa passa a viver em constante sofrimento”, esclarece.

A violência sexual pode gerar isolamento, medo, insônia, queda no rendimento escolar, dificuldade de concentração, mudanças de humor e de comportamento, por exemplo. Em longo prazo, esses sintomas podem desencadear transtornos psiquiátricos graves como depressão, esquizofrenia, transtornos bipolares e, inclusive, causar o pior desfecho, que é o suicídio. De acordo com a doutora Daniela, esses transtornos estão muito ligados à genética e, nesses casos, o abuso é um gatilho para abrir o quadro.

As sequelas podem ser reversíveis, mas, para isso, a criança ou o adolescente precisa contar com uma rede de apoio que o ajude a reagir após o evento traumático. O tratamento deve ser feito por uma equipe multidisciplinar que inclua médico, psicólogo, assistente social, família e escola. “As vítimas precisam receber apoio e nunca julgamento”, frisa a neuropediatra.

Os danos mais comuns causados por esse tipo de violência incluem: lembranças persistentes do ocorrido, reações físicas como sudorese, coração acelerado, náuseas, tremores, sensação de morte, comportamento de esquiva diante de situações que tragam a lembrança dolorosa e agressividade frente a ocasiões que lembrem o estresse. A vítima também pode apresentar dificuldades em confiar nas outras pessoas, perder interesse em atividades que antes lhe davam prazer, e também sentir culpa e vergonha.

É natural ficar abalado após uma experiência ruim, mas, para algumas pessoas estes sentimentos ou pensamentos podem surgir mesmo após meses ou anos do ocorrido. Em alguns casos, inclusive, é desencadeado o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), um transtorno ansioso que demanda ajuda profissional e, por vezes, uso de medicamentos.

Fique atento e denuncie

Para identificar se há um caso de abuso, os pais e as pessoas próximas devem ficar de olho na conduta da criança e/ou adolescente. Muitas vezes, a vítima muda de comportamento quando está perto do abusador que, em muitos casos, deveria ser o adulto responsável por sua proteção e, ao contrário, aproveita dela. Normalmente, os abusadores têm histórico de abuso e são pessoas que ameaçam a vítima para evitar a denúncia contra eles, dizendo que vão matar o pai e a mãe da criança ou adolescente.  

Diante de uma situação de abuso, é fundamental procurar ajuda e fazer a denúncia para interromper a violência, proteger as crianças e os adolescentes e garantir uma plena assistência médica e psicológica às vítimas. Disque 100, delegacia, Conselho Tutelar e Ministério Público são alguns dos canais de denúncia.

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